Em SST, chamamos de calor a transferência de energia entre corpos com temperaturas diferentes. Ela ocorre por radiação, condução e convecção. Se a exposição ultrapassa limites aceitáveis (por exemplo, os critérios da NR-15, Anexo 3, para estresse térmico), há risco à saúde. Por isso, EPIs para altas temperaturas devem ser escolhidos conforme a forma de transferência predominante.
Para aprofundar o material mais usado nesses EPIs, veja o guia completo sobre aramida.

O que é calor convectivo

Convecção é a transferência de calor pelo movimento de um fluido (ar ou líquido). Na indústria, é o ar quente circulante que aquece trabalhadores mesmo sem contato direto com a fonte (forno, caldeira, estufa).
Exemplo: o ar frio tende a descer e o quente a subir, gerando correntes convectivas que aquecem o ambiente e aumentam a carga térmica.

Consequência prática: mesmo longe da fonte, quem permanece no ambiente aquecido sofre com o calor convectivo e pode precisar de proteção.

Estratégia de proteção para convecção

Ao contrário do calor radiante (em que materiais aluminizados ajudam refletindo a energia), a convecção exige isolamento térmico: criar barreiras que dificultem a passagem do calor do ar para o corpo. Elementos-chave incluem materiais isolantes, construção multicamadas (bolsões de ar) e ajuste/vedação em golas, punhos e fechos para reduzir a entrada de ar quente, além de conforto e respirabilidade.

Materiais indicados

  • Aramida (para/meta-aramida): fibra inerentemente resistente à chama, não termoplástica (não derrete) e que carboniza sob calor elevado, preservando coesão. Muito usada em vestimentas e luvas para calor convectivo e de contato.

  • Algodão tratado FR: retardância à chama; comum como camada interna/forro para conforto térmico.

  • Lã: bom isolante em forros, ajuda a gerenciar o microclima interno.

Observação: aluminizados são úteis quando houver componente radiante relevante; para convecção dominante, priorize isolamento e vedação.

EPIs recomendados contra calor convectivo

Vestimentas (blusão e calça) em aramida ou blends com FR – atuam como barreira isolante do ar quente, reduzindo o fluxo de calor para o corpo. Prefira modelos multicamadas com forro FR (ex.: algodão FR ou lã) e fechamentos bem vedados.

Luvas em aramida (com ou sem forro) – protegem as mãos do ar quente e do calor de contato eventual. A seleção depende de temperatura, tempo de exposição e destreza. Forros em lã ou algodão FR elevam o isolamento.

Capuz/balaclava em aramida ou algodão FR – protege cabeça e pescoço, devendo integrar-se ao colarinho/fechamento da jaqueta para reduzir entradas de ar.

Seleção e uso

  • Baseie-se na análise de risco (temperatura e velocidade do ar, tempo de exposição, proximidade da fonte, tarefa).

  • Considere normas: EN ISO 11612 (vestimentas de proteção ao calor e chama) e EN 407 (luvas com requisitos térmicos).

  • Inspeção e manutenção: EPIs devem estar íntegros; furos/rasgos comprometem o isolamento e exigem substituição.

Conclusão

Obrigado por ler nosso guia sobre calor convectivo. Esperamos ter mostrado que entender como o calor se transfere é o primeiro passo para garantir a proteção correta: nem todo EPI para alta temperatura serve para todo tipo de calor.

Sabemos que diferenciar entre calor convectivo, condutivo e radiante, e ainda selecionar os materiais e normas corretas (como a aramida e a EN ISO 11612), pode parecer complexo no dia a dia corrido da gestão de SST.

Este guia ajudou a esclarecer suas dúvidas sobre a proteção contra o calor convectivo e os EPIs mais indicados? Ficou alguma pergunta específica sobre sua operação?

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Um grande abraço e até o próximo conteúdo!