ISO-11612

ISO 11612: a Norma para Vestimentas contra Altas Temperaturas

A ISO 11612 é uma Norma Internacional que determina os requisitos mínimos para a confecção de vestimentas necessárias para proteção do corpo do colaborador contra o calor ou fogo.

Entretanto, esta Norma não aborda os EPIs para as mãos, cabeça e pés. Os únicos itens de vestuário de proteção descritos são polainas, capuzes e cobre-botas. E ainda assim, não a menção aos requisitos para viseiras e equipamento respiratório nos capuzes.

Por isso, aqui, iremos nos ater aos EPIs para Altas Temperaturas que protegem o tronco e membros dos funcionários expostos a fontes de calor e ao material fundido.

Regras para as vestimentas protetoras e peças de vestuário

De acordo com a ISO 11612, as vestimentas e peças de vestuário contra o calor precisam seguir as orientações determinadas pela ISO 13688, devendo cobrir completamente o tronco, pescoço, braços e pernas.

Assim, ao realizar suas atividades laborais, os colaboradores devem estar trajando:

  • Vestimenta simples como avental e macacão;
  • Vestimenta de duas peças como blusão e calça (conjunto aluminizado), a parte de cima deve sobrepor a calça em no mínimo 20 cm.

Havendo a necessidade de proteção adicional, a norma ainda determina que se utilizem protetor de pescoço, capuzes, perneiras, entre outros.

É importante ressaltar, entretanto, que todas as devem passar por ensaios para avaliar o seu grau de desempenho em conjunto.

Especificações da ISO 13688

Para garantir a eficácia dessas vestimentas contra o calor, é necessário que sua confecção siga algumas especificações, tais como:

    1. Os bolsos devem ser construídos com material igualmente resistente à chama (mais à frente falaremos sobre os tecidos);
    2. Bolsos externos da parte superior, que não sejam laterais, abaixo da cintura e, que não se estendam em mais de 10° na costura lateral, devem ser cobertos por uma lapela de pelo menos 20mm mais largos que a abertura do bolso;
    3. Os bolsos externos devem ser feitos de materiais que satisfaçam os mesmos índices de proteção que o material externo;
    4. As mangas da parte superior e pernas não devem ter bainhas;
    5. As costuras sobrepostas na parte externa da vestimenta devem ter sua face voltada para baixo e serem presas nesta posição;
    6. Os fechos devem ser desenvolvidos com bainha de cobertura protetiva na parte externa da vestimenta com distância máxima entre as casas dos botões de 150mm. Zíperes devem ser projetados para travar quando completamente fechado. Punhos devem ser fornecidos com fechos para reduzir sua largura, e os fechos devem ficar na parte inferior do punho. Aberturas para pescoço devem também ser fornecidos com fechos para adaptar.

Requisitos para aprovação das vestimentas

A ISO 11612 determina que, para estarem de acordo com as Normas Internacionais e garantir a segurança dos colaboradores, as Vestimentas para Altas Temperaturas devem atender alguns requisitos. Conheça cada um.

Norma base – ISO 17493 – Resistência térmica na temperatura (180±5)°C

Para garantir sua eficácia, as vestimentas contra o calor devem ser confeccionadas em tecidos e componentes que não encolham mais que 5% quando submetidas a uma temperatura de (180±5)°C.

O perigo de um tecido que encolha mais do que 5% é o risco de uma redução no nível de proteção térmica da vestimenta, uma vez que a bolsa de ar de isolação entre o corpo e o EPI é reduzido.

Norma base – ISO 15025:2000 – Flamabilidade Vertical (A1 e A2)

Os materiais e costuras deverão ser resistentes ao fogo. Assim, devem ser submetidos aos testes da ISO 15025:2000, ou o Método A (letra A1) ou Método B (letra A2). Esses ensaios devem ser realizados tanto antes como após o pré-tratamento das peças.

De acordo com esta Norma, após os ensaios, é preciso observar os seguintes pontos:

  1. Nenhuma amostra deve sofrer ação de combustão na parte de cima ou que qualquer das bordas laterais;
  2. Nenhuma amostra deve sofrer formação de buracos;
  3. Nenhuma amostra deve derreter ou sofrer ação de combustão ou derretimento de resíduo;
  4. O valor médio do tempo de pós-chama deve ser de no máximo 2s;
  5. O valor médio do tempo de incandescência deve ser de no máximo de 2s.

Norma base – ISO 13934-1 – Resistência à tensão

Quando submetidas à tensão, a resistência dos materiais externos, exceto material de couro ou tricodados, deve ser no mínimo de 300N tanto na trama quanto no urdume.

Já a resistência do material de couro deve ser no mínimo de 60N em ambas direções.

Norma base – ISO 13937-2 – Resistência ao rasgo

Quando ensaiada, de acordo com a ISO 13937-2, a resistência ao rasgo do material externo, excluindo-se os materiais de couro ou tricodados, deve ser no mínimo de 15N, tanto na trama quanto no urdume. Já a resistência do couro deve ser no mínimo de 20N em ambas direções.

Norma base – ISO 13938-1 – Resistência à combustão para materiais tricotados

A resistência à combustão de materiais externos tricotados deve ser de no mínimo 200kPa.

Norma base – ISO 3375-2 – Resistência da costura

A resistência da costura do material externo ou da peça externa deve ter a carga de ruptura de pelo menos 225N para tecidos tramados e 110N para couro.

Requisitos ergonômicos

As vestimentas devem garantir não só a segurança, mas também o conforto do colaborador. Assim, podemos destacar as principais medidas a serem seguidas:

a.     Norma base – ISO 3071 – Valor de pH – o valor de pH não deve ser maior que 3,5 e menor que 9,5;

b.     Norma base – ISO 17075 – Teor de cromo (VI) – o conteúdo de cromo (VI) do couro deve ser menor do que o limite de detecção.

Requisitos de transmissão de calor

Também devem ser adotadas medidas para garantir a segurança diante de fontes de calor e contato com matérias superaquecido, tais quais:

Norma base – ISO 9151 – Calor convectivo (letra b)

A vestimenta tem o objetivo de proteger contra calor convectivo, devendo satisfazer ao menos o nível de performance B1 na tabela abaixo:

 

Norma base – ISO 6942 – Calor radiante

Em uma densidade de fluxo de calor de 20 kW/m2, as vestimentas que visam oferecer proteção contra calor radiante devem satisfazer, pelo menos, o nível de desempenho C1 da tabela.

 

Norma base – ISO 9185 – Respingo de alumínio fundido (letra D)

Os EPIs para Altas Temperaturas que visam oferecer proteção contra respingo de metal fundido devem pelo menos satisfazer o nível de performance D1.

 

Norma base – ISO 9185 – Respingo de ferro fundido (letra E)

As vestimentas para Altas Temperaturas que visam oferecer proteção contra respingo de metal fundido devem pelo menos satisfazer o nível de performance E1.

 

Norma base – ISO 12127 – Calor de contato (letra F)

As vestimentas que oferecem proteção contra calor de contato devem satisfazer pelo menos o nível de performance F1 da tabela abaixo.

 

Marcações e Informações do fabricante

Por fim, as vestimentas de proteção térmica que se adequam ao ISO 11612 devem ter o pictograma abaixo, juntamente com os respectivos níveis de performance obtidos nos ensaios:

Sendo:

  • Letra A – Flamabilidade Vertical
  • Letra B – Calor Convectivo
  • Letra C – Calor Radiante
  • Letra D – Alumínio fundido
  • Letra E – Ferro fundido
  • Letra F – Calor de contato
  • Letra W – Penetração da água

Observações gerais:

  • As vestimentas para Altas Temperaturas devem conter informações no idioma do local onde será utilizada.
  • As informações do fabricante devem estar de acordo com a ISO13688.
  • O fabricante deve fornecer o máximo de informação sobre durabilidade e limpeza.
  • Caso a vestimenta seja para proteção contra respingo de alumínio ou ferro fundido, o fornecedor deve instruir o usuário a abandonar o local caso haja respingo dos metais e retirar a vestimenta, avisando da possibilidade de queimaduras.

Vestimentas para Altas Temperaturas da SUPREMA

A ISO 11612 é repleta de especificações para garantir a segurança de toda a sua equipe. Agora que você entende mais desta Norma, consegue entender melhor o cuidado da Suprema com a confecção dos seus EPIs.

Para garantir a proteção ao calor e às chamas, nossos EPIs são produzidos em tecido Aramida Carbono, um material muito resistente e leve, resistente ao impacto, ao fogo e à abrasão. Por sua alta performance, esse tipo de tecido é utilizado na fabricação de cintos de segurança, cordas, construções aeronáuticas, coletes à prova de bala, entre outros.

Além disso, são revestidos com algodão antichama, que garante maior conforto térmico ao colaborador. Vale lembrar que os efeitos do estresse térmico podem ser extremamente prejudiciais à saúde.

Que tal conhecer mais de perto os EPIs da Suprema? Entre em contato conosco!

Ah! E não se esqueça de comentar o que achou deste conteúdo! Sua opinião é sempre muito importante para nós!

Um grande abraço e até a próxima.

Pedro Bezerra
SUPREMA | EPIs para Alta Temperatura

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