A Norma Regulamentadora 17 (NR 17) desempenha um papel essencial para garantir condições de trabalho seguras e saudáveis, especialmente em ambientes de altas temperaturas.
A aplicação dessa norma não apenas protege a saúde dos trabalhadores, mas também melhora a eficiência operacional ao minimizar riscos ergonômicos. Neste artigo, explicaremos como implementar a NR 17 em cenários de altas temperaturas, destacando sua relevância, desafios e benefícios.
Continue a leitura e confira!
O que é a NR 17?
A NR 17 é uma norma regulamentadora brasileira que estabelece diretrizes para a ergonomia no trabalho. Seu principal objetivo é adaptar as condições laborais às características dos trabalhadores, reduzir riscos de doenças ocupacionais e promover o bem-estar.
Entre os aspectos envolvidos estão: a organização do trabalho, a adaptação de máquinas e equipamentos e as condições ambientais para preservar a saúde física e mental dos profissionais. Por isso, essa norma é especialmente relevante em ambientes que exigem maior esforço físico, como aqueles expostos a altas temperaturas.
Por que a NR 17 é importante?
A importância da NR 17 está diretamente ligada à preservação da saúde e segurança do trabalhador. Em ambientes de altas temperaturas, os riscos são ainda maiores, como: exaustão térmica, desidratação e redução da capacidade de concentração.
Quando aplicada corretamente, a NR 17 ajuda a mitigar esses riscos e melhorar as condições ergonômicas, otimizando a produtividade e reduzindo custos com afastamentos ou acidentes.
Além disso, a implementação adequada dessa norma garante a conformidade com a legislação trabalhista, evitando multas e outras penalidades legais.
Quando a NR 17 se aplica?
A NR 17 deve ser aplicada em todos os ambientes de trabalho onde a ergonomia tenha impacto significativo na saúde e no desempenho dos trabalhadores. No caso de ambientes com altas temperaturas, isso inclui setores como indústrias siderúrgicas e trabalhos a céu aberto em climas quentes, como construção civil e mineração.
Esses cenários exigem uma análise detalhada das condições ergonômicas e ambientais para determinar os ajustes necessários conforme a NR 17 vigente.
O que diz a NR 17?
A NR 17 apresenta diretrizes específicas para a organização do trabalho, com o objetivo de minimizar os impactos adversos ao corpo e à mente dos trabalhadores. Entre os principais pontos que a norma aborda estão:
- A adequação dos postos de trabalho para evitar posturas perigosas;
- A importância de pausas regulares em atividades extenuantes;
- A climatização dos ambientes para manter uma temperatura confortável.
No caso de ambientes quentes, a norma destaca a necessidade de fornecer Equipamentos de Proteção Individual adequados, como EPIs de alta temperatura, que ofereçam resistência térmica e proteção contra queimaduras.
Quais são os desafios ergonômicos em ambientes de alta temperatura?
Trabalhar em ambientes de altas temperaturas apresenta desafios únicos, como:
- Desidratação: a perda de líquidos prejudica o desempenho físico e mental;
- Risco de combustão térmica: longos períodos de exposição podem levar à fadiga extrema;
- Posturas inadequadas: ambientes quentes e apertados podem dificultar a ergonomia adequada;
- Manuseio de equipamentos quentes: a necessidade de proteger as mãos e o corpo exige EPIs específicos, como EPIs aluminizados, que refletem o calor.
Quais são os benefícios de aplicar a NR 17 em ambientes quentes?
A implementação da NR 17 traz diversos benefícios para empresas e trabalhadores, incluindo:
- Melhoria na saúde do trabalhador: redução de doenças ocupacionais relacionadas ao calor;
- Maior produtividade: melhores condições resultam em mais eficiência;
- Redução de custos: menos afastamentos e acidentes diminui despesas com indenizações;
- Conformidade legal: a aplicação correta da norma evita multas e processos trabalhistas.
Como aplicar a NR 17 em ambientes de alta temperatura?
A aplicação da NR 17 em ambientes de altas temperaturas exige planejamento, ações práticas e monitoramento contínuo. Abaixo estão passos detalhados e exemplos para implementar uma norma de forma eficaz:
Realize uma Análise Ergonômica do Trabalho (AET) completa
A AET é o ponto de partida para identificar os fatores de risco no ambiente de trabalho. Essa análise considera aspectos como: condições de iluminação, temperatura e ventilação, posturas dos trabalhadores durante a execução das atividades e ferramentas e equipamentos usados.
Por exemplo: em uma AET é possível identificar que o excesso de calor na linha de produção aumenta o risco de exaustão térmica. Com base nos dados, você pode instalar barreiras térmicas para reduzir o calor irradiado ou ajustar os horários de trabalho para evitar os períodos mais quentes do dia.
Implementar medidas de climatização
Sempre que possível, melhore a ventilação e a climatização do ambiente. Sistemas como exaustores, ventiladores industriais ou resfriadores evaporativos podem ajudar a reduzir a temperatura e o acúmulo de calor.
Por exemplo: na construção civil, o uso de tendas ou coberturas temporárias em áreas de trabalho expostas ao sol pode minimizar o impacto do calor direto, enquanto os ventiladores portáteis podem ser distribuídos nas áreas de maior atividade.
Forneça EPIs específicos para altas temperaturas
É fundamental que os trabalhadores tenham acesso a EPIs de alta temperatura adequados à atividade. Isso inclui equipamentos feitos de materiais como aramida, conhecido por sua resistência térmica, e EPI aluminizado, que reflete o calor.
Por exemplo: em uma siderúrgica, os operadores de fornos podem utilizar aventais e luvas aluminizadas para proteger o corpo e as mãos contra queimaduras. Além disso, capacetes com viseiras resistentes ao calor protegem o rosto contra faíscas e calor radiante.
Estabeleça pausas regulares e áreas de descanso
Pausas frequentes são essenciais para reduzir os efeitos do calor extremo. Crie áreas de descanso frescas e bem ventiladas para que os trabalhadores se recuperem antes de voltar às atividades.
Por exemplo: em uma mineradora, é possível organizar rodízios entre os trabalhadores para que todos tenham intervalos regulares em uma sala climatizada com acesso a água fresca e ventiladores industriais.
Promova treinamentos e educação contínua
Treinar os trabalhadores sobre os riscos associados ao calor e a importância da ergonomia é essencial para evitar acidentes. As orientações devem incluir o uso correto dos EPIs, a importância da hidratação e a identificação precoce de sinais de exaustão térmica.
Por exemplo: organizar palestras semanais em fábricas, abordando temas como “Como usar EPIs de alta temperatura corretamente” e “Reconhecendo os sinais de fadiga térmica no trabalho”, podem fazer a diferença no dia a dia da empresa.
Adote rodízios ou revezamento de atividades
Distribuir tarefas que exigem grande esforço físico entre diferentes trabalhadores ou grupos ajuda a evitar que uma única pessoa fique exposta ao calor por longos períodos.
Por exemplo: em uma linha de montagem de componentes metálicos, os trabalhadores podem alternar entre funções mais quentes e funções em áreas menos expostas, garantindo maior conforto térmico.
Forneça acesso facilitado a hidratação
Manter o corpo hidratado é crucial para enfrentar o calor. Garanta que os trabalhadores tenham acesso fácil à água potável fresca e, se necessário, bebidas isotônicas para reposição de eletrólitos.
Por exemplo: em uma fábrica de cerâmica, bebedouros com água gelada podem ser posicionados a cada 10 metros, diminuindo o tempo necessário para que o trabalhador se hidrate sem interrupções no fluxo de trabalho.
Realize o monitoramento contínuo do ambiente e dos trabalhadores
Monitore a temperatura do ambiente regularmente e avalie a condição física dos trabalhadores, especialmente em atividades mais extenuantes.
Por exemplo: em um setor de metalurgia, sensores podem ser instalados para medir a temperatura ambiente e alertar os líderes quando os níveis ultrapassam os limites seguros. Além disso, os supervisores podem aplicar questionários rápidos para avaliar o bem-estar dos funcionários ao longo do turno.
Adapte os postos de trabalho
As posições de trabalho devem ser específicas para evitar posições desconfortáveis ou forçadas, que podem aumentar o cansaço em ambientes quentes. As bancadas, por exemplo, permitem que os trabalhadores se adaptem à altura às suas necessidades, melhorando o conforto e a eficiência.
Por exemplo: em uma indústria de alimentos que opera fornos industriais, os painéis de controle podem ser posicionados a uma altura acessível e protegidos com barreiras térmicas, permitindo que os operadores trabalhem em condições mais ergonômicas.
Use ferramentas e equipamentos adaptados
Equipamentos de trabalho que exigem menor esforço físico e produzem menos calor podem contribuir significativamente para o conforto do trabalhador. Além disso, o uso de ferramentas com design ergonômico reduz o risco de lesões por movimentos repetitivos.
Por exemplo: Em uma fundição, ferramentas com cabos isolados termicamente protegem as mãos do calor e oferecem maior controle, reduzindo a necessidade de esforço excessivo.
Conclusão
A NR 17 é uma ferramenta indispensável para a proteção dos trabalhadores, especialmente em ambientes de altas temperaturas. Ao seguir suas diretrizes, é possível reduzir riscos, melhorar a ergonomia e aumentar a eficiência no trabalho.
Investir na aplicação dessa norma, incluindo o uso de EPIs de alta temperatura, como os feitos em aramida ou aluminizado, é essencial para garantir a segurança e a produtividade. Além disso, empresas que priorizam a ergonomia colhem benefícios não apenas na saúde de seus trabalhadores, mas também na otimização de seus processos.
A segurança dos trabalhadores começa com informação e equipamentos adequados. Compartilhe este artigo com sua equipe e ajude a criar um ambiente de trabalho mais seguro!
Abraço.
Pedro Bezerra
SUPREMA | EPIs para Alta Temperatura