Quando há um processo em desenvolvimento, é necessário que siga as etapas de planejamento, execução, checagem e a respectiva ação de correção ou melhoria. Seja numa atividade de alta complexidade de uma indústria ou numa tarefa doméstica, esse passo-a-passo é – quase sempre – automaticamente cumprido.
Assim também acontece com relação a verificar se os treinamentos estão sendo eficientes para a empresa, pois após terem sido pensados, preparados e ministrados, é importante saber se atingiram o objetivo pretendido e o quanto estão contribuindo para o sucesso do negócio. Vamos explicar melhor neste artigo, continue acompanhando.
Por que verificar se os treinamentos estão sendo eficientes?
Nenhum treinamento é estabelecido sem motivo (mesmo em casos de má fé, quando há uma simulação somente para o cumprimento de uma exigência) e, em se tratando dos que são efetuados corretamente, podemos esperar que eles ensinem e habilitem os funcionários em certo tema específico, previamente estudado.
Dessa forma, é essencial saber se o propósito foi alcançado, o que e quanto realmente foi aprendido pelo público e colocado em prática, e se está beneficiando a performance da empresa. Verificar se os treinamentos estão sendo eficientes é necessário, também, para a manutenção ou modificação do Programa de Treinamento vigente.
Como verificar a eficiência dos treinamentos?
Muitos KPIs (Key Performance Indicators – Principais Indicadores de Desempenho) são divulgados, porém, generalizando as avaliações. Sabemos que alguns deles não são aplicáveis para todas as empresas e, por isso, podemos simplificar e verificar se os treinamentos estão sendo eficientes conforme abaixo:
- Questionário ao final do treinamento (sobre o instrutor, conteúdo, local, recursos etc.) – conhecido como “Avaliação de Reação”, visa ter um feedback dos próprios participantes sobre a percepção que tiveram sobre o treinamento;
- Teste ao final do treinamento (escrito) – conhecido como “Avaliação de Aprendizagem”, para averiguar se a retenção dos conhecimentos planejados foi suficiente (geralmente é exigida uma porcentagem mínima de acertos);
- Teste ao final do treinamento (prático) – também é parte da “Avaliação de Aprendizagem”, bastante interessante para fixação dos ensinamentos por meio de demonstrações e exercícios práticos;
- Inspeção in loco durante a execução das atividades em campo – conhecida como “Avaliação de Comportamento”, a fim de assegurar que os colaboradores aprenderam o que era necessário e realmente aplicaram no dia-a-dia;
- Estudos estatísticos periódicos que comprovem que o treinamento cumpriu sua função – conhecido como “Avaliação de Resultados”.
Com a checagem completa e a conclusão em mãos, a próxima tarefa deve ser a de agir sobre o que foi apurado, corrigindo os erros e propondo melhorias contínuas, e retornando o procedimento ao início do ciclo (o famoso PDCA – Plan, Do, Check, Act – em português: Planejar, Fazer, Checar, Atuar).
Exemplo: Treinamento sobre o uso de EPIs em serviços de solda
Num exemplo em que o assunto do treinamento é o uso dos Equipamentos de Proteção Individual – EPIs – para serviços de solda, o funcionário deve sair sabendo:
- Quais são os riscos envolvidos nessa atividade (físicos, químicos, de acidentes e ergonômicos, em detalhes…);
- Orientações da Norma Regulamentadora – NR – 6 e outras leis pertinentes ;
- Quais EPIs deve usar para a proteção de cada parte do seu corpo (cabeça, pescoço, olhos, sistema respiratório, braços, mãos, tronco, pernas, pés);
- Como usar corretamente os EPIs;
- O que é e como verificar o CA-Certificado de Aprovação e a validade do EPI;
- Como registrar o recebimento, troca e devolução de EPIs;
- Como fazer a limpeza e manutenção dos EPIs;
- O que é e como fazer e cumprir uma Análise Preliminar de Riscos – APR ;
- O que é e como fazer e utilizar a Permissão para Trabalho – PT ;
- O que é e como fazer e participar de um DDS – Diálogo Diário de Segurança;
- Outros itens que envolvam os EPIs.
Observação: aqui mencionamos especificamente os EPIs, no entanto, se fosse um treinamento sobre todo o serviço de solda, essa listagem seria bem maior.
Mas vejamos como o responsável poderia verificar se os treinamentos estão sendo eficientes:
- Questionário (com vários itens) sobre o que achou do curso, podendo ser anônimo ou assinado;
- Teste escrito sobre todos os pontos acima, inclusive, preenchendo uma PT, uma Ficha de Entrega de EPIs e fazendo uma pequena APR;
- Teste prático, apresentando um DDS, conferindo um CA e usando e demonstrando a conservação corretas dos EPIs, devidamente colocados à disposição;
- Fora do ambiente do curso, nas áreas de trabalho com solda, realizar inspeções de segurança, verificando o adequado uso dos EPIs;
- Avaliações estatísticas de acordo com a programação. No caso de segurança do trabalho, a comprovação da eficácia do treinamento se dá, principalmente, pela não ocorrência e/ou diminuição dos acidentes/lesões ou doenças correlatos e o aumento ou redução de relatórios de não-conformidades.
Apesar de simples e rotineiras – num processo quase óbvio – essas medidas são citadas como uma metodologia criada por Donald Kirkpatrick (professor universitário, membro da Sociedade Americana de Treinamento e Desenvolvimento).
Esperamos que o artigo tenha sido útil e que você já possa verificar se os treinamentos estão sendo eficientes na sua empresa, em busca de aprimoramento e crescimento para o seu negócio e colaboradores.
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Abraços e até breve!
Pedro Bezerra
SUPREMA | EPIs para Alta Temperatura